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Constelação Familiar para Vícios

Muito se questiona sobre a constelação familiar para vícios, principalmente se este tipo de terapia seria capaz de acabar com os vícios de uma pessoa. Antes de mais nada, terapia ou tratamento algum, sozinho, tem o poder de “eliminar” a prática do vício sem o querer da pessoa.

Ao abordar o tema da constelação familiar e vícios, é importante observar, primeiramente, para qual tipo de vício se pretende olhar. A dra. Anna Lembke, em seu livro “Nação Dopamina” (2021), define genericamente adicção como “o consumo contínuo e compulsivo de uma substância ou um comportamento (jogos, video game, sexo), apesar do mal que fazem para a pessoa e para os outros.

Dessa forma, a depender do nível do vício e da compulsividade do cliente, faz-se necessária uma equipe disciplinar para auxiliá-lo, que vai desde a abordagem médica à psicológica, e também de uma possível internação. Ou seja, a constelação familiar, sozinha, jamais terá efeito para extirpar um vício: ela é uma terapia complementar. 

Como a Constelação Ajuda no Tratamento de Vícios

A pergunta é simples: como a constelação ajuda no tratamento dos vícios? O que a constelação familiar e vícios têm em comum? 

O caminho para superação de vícios é uma jornada desafiadora e solitária. Para os que lutam contra o peso dessas dependências, cada passo em direção à libertação e recuperação pode parecer uma batalha árdua contra o próprio destino.

A constelação familiar surge, nesse sentido, como terapia breve complementar para os que buscam não apenas a libertação do vício, mas também a reconstrução de uma vida equilibrada e significativa.

A Complexidade da Dependência

Os vícios podem deixar marcas profundas na vida de quem os enfrenta. O ciclo vicioso de dependência cria não apenas uma necessidade física, mas também emocional e psicológica. Sentimentos como desamparo, fracasso e o medo constante de recaídas podem também obscurecer qualquer vislumbre de esperança. 

Para muitos, a ideia de se livrar completamente do vício pode parecer um objetivo inatingível, um sonho distante. É o que relata a dra. Anna Lembke: “Em meu trabalho clínico, vejo pessoas que lutam com dependência severa voltando diretamente ao uso compulsivo com uma única exposição, mesmo após anos de abstinência. Isso pode acontecer por causa da sensibilização persistente à droga de escolha, os ecos distantes do uso anterior da droga”.

O Papel da Constelação Familiar

Mas e se o dependente tomasse ciência do que está por trás desse vício? Baseada na ideia de que nossos padrões de comportamento e emoções estão profundamente enraizados nas dinâmicas familiares e ancestrais, a constelação familiar busca explorar, assim, as origens ocultas dos vícios. 

Ao trazer à luz os traumas e as dinâmicas familiares que contribuem para a dependência, essa terapia proporciona também uma oportunidade de percepção sistêmica da provável causa desse vício.Ou seja, do que o sustenta!

A falta do pai?

O criador das constelações familiares, Bert Hellinger, ensina que, na maioria das vezes, a origem de um vício está na ausência do pai, ou da função paterna. O que ele nos diz, principalmente no livro “A Cura” (2014), sob o título “Reencontrando aquilo que nos falta” é que: 

“Quem ou o que falta no caso de um vício? Geralmente é o pai. Ninguém é capaz de sentir-se inteiro e completo sem seu pai. Sendo assim, o vício é a ânsia de reencontrar o que foi perdido e, com a sua ajuda, sentir-se são e restabelecido. Contudo, por ser apenas um substituto, o vício não é capaz de satisfazer essa necessidade. Por isso prossegue. Prossegue sem o pai.”

O que Hellinger diz é que, seja no homem ou na mulher que enfrenta um vício, é a falta desse pai, ou da função paterna, que o faz recorrer ao vício – principalmente, segundo ele, ao fumo. Uma vez que esse homem ou mulher está preso simbioticamente à esfera da mãe ou da função paterna, o vício vem preencher essa ausência do mundo real, representado pela função paterna. 

“Ele [o viciado] leva aquilo que foi perdido [o contato com o mundo real representado pelo pai ou função paterna] para dentro de seu vício, desta forma tornando-o supérfluo”, explica Bert. O caminho, segundo ele,é tomar esse pai em sua vida e em seu coração até senti-lo dentro de si. 

Como Funciona a Constelação Familiar para Vícios?

No entanto, em que se pese o ensinamento acima, não se pode tomar como premissa que a origem dos vícios esteja na função paterna. É nesse sentido que a constelação familiar, seja ela individual ou com representantes, vem trazer à luz os padrões disfuncionais que podem estar alimentando o vício. 

Cada história é singular e, em uma sessão, o constelado consegue ver configurado no campo qual é a origem desse vício sendo guiado a reconhecer e liberar emoções reprimidas e traumas não resolvidos que podem estar por trás do comportamento viciante. A constelação familiar abre caminho para uma significativa transformação emocional e comportamental.

Transformando Dor em Oportunidade

A superação do vício não é apenas uma questão de força de vontade, mas também de compreensão e aceitação. Ao enfrentar os traumas, padrões, faltas e lealdades familiares de frente, o cliente adquire nova consciência, que lhe permite experimentar um senso de libertação e autenticidade, permitindo-lhe criar novos padrões de comportamento e relacionamento mais saudáveis.

É por esse motivo que, por meio da constelação familiar, passamos a considerar o contexto em que o comportamento do vício ocorre, ao invés de se orientar somente pela ênfase da química cerebral nas ações das pessoas. Entender o comportamento, os gatilhos, o que leva a pessoa ao vício e seu contexto torna-se, assim, mais útil para explicá-lo e alterá-lo.

A dra. Anna Lembke cita seu colega Edie Sullivan, especialista mundial em efeitos do álcool no cérebro, que estudou o processo de recuperação da dependência: [Edie] descobriu que “embora algumas mudanças cerebrais devidas à dependência sejam irreversíveis, é possível se desviar dessas áreas danificadas e criar novas redes neurais. Isso significa que, embora as mudanças cerebrais sejam permanentes, podemos descobrir novos caminhos sinápticos para criar comportamentos saudáveis.”

A constelação familiar individual, na fase da Solução, trabalha justamente com isto: o caminho saudável para a vida. Por meio de uma ampliação da consciência e, a depender do nível do vício, o cliente têm em mãos a oportunidade de seguir neste caminho saudável, com ações e comportamentos que ativem novas rotas neurais. Um caminho que não é fácil, mas, com a ajuda certa, também não é impossível.

Ação e Comprometimento

Se você vem lutando contra um vício ou comportamento e busca uma abordagem eficaz para compreender a origem desse comportamento, o primeiro passo começa na direção à mudança e na decisão de buscar ajuda. Não espere que a vida mude por si só; tome ações concretas hoje para transformar seu futuro. Se o artigo lhe interessou, considere agendar sua sessão ou outro tipo de terapia complementar para que você vá em novas direções. Clique no botão abaixo para informações.

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