O universo da constelação familiar é intrigante e terreno fértil para questionamentos. Entre críticas que abordam a falta de fundamentos filosóficos e a incerteza sobre a validade de seus resultados, a questão que se coloca é se ela seria uma farsa ou terapia legítima. As críticas, no entanto, coexistem com sua multifuncionalidade, desafiando a compreensão convencional da terapia. O debate persiste, e neste post, que faz parte da “série” Mito ou Verdade? A Constelação Familiar É Mesmo Uma Farsa ou Pode te Ajudar?, te convido a explorar mais um tópico deste tema. O primeiro, introdutório e com os links para os demais, você confere aqui.
Não se prova cientificamente e baseia-se em opiniões pessoais
A constelação familiar é considerada pseudocientífica, sem embasamento científico comprovado, associada a pessoas que se “autodenominam” terapeutas. É descrita como teoria que vincula o comportamento atual de uma pessoa a questões não resolvidas nas dinâmicas familiares, incluindo antepassados de gerações mais distantes.
Muitas abordagens terapêuticas começaram sem validação científica direta, como a própria ciência da medicina, cujo início se deu por meio de evidências empíricas. A psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud no final do século XIX, é outra teoria psicológica e método terapêutico também sem validação científica, com foco na compreensão dos processos mentais inconscientes.
A eficácia da psicanálise como terapia varia de pessoa para pessoa e sua aceitação e status dentro da psicologia contemporânea continuam a ser tópicos de discussão e pesquisa. No entanto, a falta de validação científica não desmerece os resultados e insights que produz sobre a experiência humana e tampouco sua eficácia como abordagem terapêutica.
Abordagem ética e transformadora
Assim como a psicanálise, a constelação familiar, ancorada nos princípios éticos e valores morais, vem auxiliando milhões de pessoas em suas jornadas de compreensão e cura. O constelador ético e com escuta ativa, seja no consultório, nas sessões do judiciário ou empresariais, abstém-se de impor sua verdade sobre o cliente e tampouco assume o papel de “salvador”, fazendo com que o cliente – ou a parte, no judiciário – veja o que está oculto desencadeando os sintomas que geram seus problemas, doenças, conflitos ou disputas legais.
Sempre que algo novo é introduzido na sociedade, é preciso tolerância para uma análise experimental. Mas nem os inúmeros relatos dos operadores do Direito no Judiciário brasileiro possuem validade para os “cientistas”, que desmerecem os estudos e pesquisas narrando os inúmeros casos exitosos da constelação familiar, utilizada em pelo menos 16 Estados do país e no Distrito Federal.
Essas opiniões contrárias têm como base o viés místico presente na constelação, nas leis ou ordens da vida descobertas por Hellinger. Essas leis permeiam as relações humanas e, quando interpretadas em relação ao caso ou sintoma apresentado pela parte ou cliente, por si só já evidenciam a origem das desordens em um sistema familiar. Isso inclui, principalmente, o sistema pessoal do indivíduo, moldando a maneira como ele padroniza seu pensar, sentir e agir.
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