Pular para o conteúdo

Leis do Amor: Artifício para Fragmentação dos Problemas?

Os contrários à constelação repudiam as Leis do Amor e descrevem-na como prática que fragmenta os problemas, limitando-se a partes específicas em vez de uma abordagem terapêutica abrangente. Comparam-na com magia, por oferecer explicações externas, como as Leis do Amor, às questões de saúde mental. Além disso, a constelação desviaria a responsabilidade individual porque obriga ao perdão dentro da constelação, caracterizando-a como crença que se assemelha a uma seita, especialmente quando se trata dessas “supostas” leis do amor.

Embora o cliente escolha uma questão específica como foco inicial do trabalho, o processo da constelação não se restringe a isso. Ela se torna uma oportunidade para compreender a posição e o papel de um indivíduo dentro do sistema familiar. Ao longo do desenvolvimento da constelação, vários aspectos disfuncionais, emaranhamentos e traumas são abordados de maneira integrada.

Ao invés de apenas focar-se na superfície do problema, com a questão inicialmente identificada, ela busca identificar as raízes dos desafios enfrentados pelo cliente. Essa abordagem ampla não apenas ajuda na resolução do problema imediato, mas pode também ter impactos positivos em áreas não diretamente relacionadas à questão inicial sendo, inclusive, fator determinante para outra eventual terapia mais abrangente.

Dizer que a constelação é seita ou magia vai contra sua própria essência, que reúne inúmeras abordagens

Falar que a constelação é magia por seguir explicações “externas”, quais sejam, as Leis do Amor, é também pura falácia e desconhecimento do trabalho. Como também, em razão disso, dizer que ela se assemelha a uma seita ignora a total diversidade de abordagens que são características de sua criação, por reunir muitas teorias e práticas. Bert Hellinger introduziu três leis fundamentais do amor que, segundo ele, orientam as dinâmicas familiares e influenciam nossa saúde psicológica e emocional.

Quando essas leis são desconsideradas ou violadas, surgem disfunções que podem se manifestar como conflitos interpessoais, questões emocionais e até problemas de saúde. Seguir as Leis do Amor de Hellinger é percebido como uma maneira de alinhar-se com as dinâmicas naturais da família, promovendo relações harmoniosas e contribuindo para o bem-estar de todos os seus membros. E quais são essas leis?

Leis do Amor: Pelo Pertencimento queremos fazer parte e jamais sermos excluídos

A Lei do Pertencimento destaca a necessidade intrínseca de pertencer a um sistema, seja ele qual for: familiar, religioso, profissional etc. Sua essência reside em restaurar o equilíbrio do sistema, assegurando um lugar para todos os membros, passados e presentes.

Quando ocorre a exclusão ou desrespeito a algum membro, o sistema enfraquece, buscando reorganizar-se por meio de repetições de padrão. Bert Hellinger observou que, na constelação familiar, é possível identificar essas repetições, evidenciando como algumas ações dos descendentes de uma família podem refletir exclusões anteriores naquele sistema familiar.

Leis do Amor: Pela Hierarquia seguimos para a vida observando que, em tudo, há uma ordem

A Lei da Ordem ou Hierarquia orienta-se pela progressão na vida, destacando que tudo tem uma ordem. O primeiro sistema, composto pelos pais e a família de origem, tem precedência, enquanto o segundo sistema, formado ao unir-se a outra pessoa, tem prioridade. O movimento natural de “ir para a vida” implica desfazer o vínculo com os pais.

Ao aceitar essa progressão, vemos os pais como “pais grandes” e reconhecemos a força que perpassa por gerações. Honrar a ancestralidade fortalece, enquanto o julgamento enfraquece, podendo resultar em desafios na carreira, finanças, relacionamentos e outros aspectos da vida. Respeitar essa lei é fundamental para enfrentarmos as dificuldades advindas em nosso caminho.

Leis do Amor: Pelo Equilíbrio balizamos nossas relações entre um dar e receber saudáveis

A Lei do Equilíbrio aborda o dar e receber nas interações humanas. Em relações entre adultos, sejam afetivas, profissionais ou de amizade, é essencial manter um equilíbrio horizontal na troca de atenção, tempo, dinheiro e outros. Quando há muita diferença entre esse dar e receber, gerando um excesso no doar que acarreta uma sensação de “dívida” na outra parte, pode ocorrer prejuízo no equilíbrio, levando a sentimentos de cobrança e dificuldades na relação.

Essa dinâmica, no entanto, não se aplica entre pais e filhos, onde prevalece um equilíbrio vertical, pois os pais naturalmente proporcionam mais aos filhos. O equilíbrio surge quando os filhos, ao se tornarem pais, retribuem aos seus filhos o que receberam, estendendo-se também a projetos em comum ou contribuições para a humanidade para aqueles que, porventura, não tiveram filhos.

A compreensão das dinâmicas inconscientes: estímulo para a autoresponsabilidade

A constelação torna-se, assim, uma ferramenta que auxilia na compreensão de padrões familiares para que o indivíduo possa assumir responsabilidade consciente por suas ações – e não o contrário desviando-se de sua responsabilidade individual. Nesse sentido, ela de fato não impõe nem tem como objetivo forçar o perdão. Como resultado, ela estimula a tomada de atitudes necessárias para o progresso e evolução individuais.

No entanto, ao explorar as dinâmicas familiares, o constelado pode, eventualmente, se sentir influenciado na sua capacidade de perdoar assumindo comportamentos, até então, desvinculados da sua verdadeira essência. Vale ressaltar que, mesmo no contexto do perdão, a lei da Hierarquia se faz presente.

Por exemplo, um filho, por ser “menor” (leia-se menor na Hierarquia e não na idade), não perdoa seus pais, mas sim se reconcilia com eles. Já os pais, por serem “maiores” na hierarquia familiar, podem perdoar os filhos. Entre pares, como marido e mulher, a dinâmica envolve a reconciliação, pois eles são iguais segundo a lei da Hierarquia.

Generalizações e críticas anedóticas não levam ao progresso da técnica

A constelação deve ser analisada mediante uma perspectiva mais ampla, que reconheça sua complexidade e evite generalizações que distorçam sua verdadeira natureza e potencial terapêutico. O que se vê é que as críticas frequentemente também carecem de fundamentação científica, sendo mais anedóticas do que baseadas em evidências.

Há muito mais relatos positivos do que negativos, sendo que a maioria dos críticos não teve experiência direta com a constelação, o que demonstra também total falta de familiaridade com a prática e seus termos – o que não ameniza, contudo, as críticas.

Há, sim, a necessidade, como em qualquer campo, profissão ou técnica, de estudos mais aprofundados e metodologias definidas. Contudo, há dados estatísticos confiáveis, pesquisas e estudos que afastam a constelação de crenças unicamente subjetivas, colocando-a, inclusive, aberta à investigação científica.

Leis do Amor

Na “série” Mito ou Verdade? A Constelação como farsa ou Ferramenta de Transformação você também pode se interessar por:

É pseudociência, não se prova cientificamente e baseia-se em opiniões

Repetição de padrão

Sobre a técnica e seu criador, Bert Hellinger

Ranço machista e Proibição dos conselhos, má utilização de recursos públicos e falta de fiscalização

Qualquer pessoa pode ser um constelador; não é terapêutica e tem adesão porque o Brasil é um país religioso

Apelo ao culto, coisa de “espírito”, que aceita o invisível

Fragmentação dos problemas, pura mágica e seita

Indústria por trás das pseudociências

Se quiser fazer sua constelação familiar online comigo, me chame no WhatsApp.

Conheça meu livro “Constelação Individual com Bonecos: abordagens do processo e construção de um campo de atuação profissional”

Leia Também:

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.