Os contrários à técnica, principalmente da constelação familiar no Judiciário, apregoam que há uma indústria em torno das “pseudociências”, indicando que a preocupação com a saúde das vítimas é secundária. Destacam a pressão do Judiciário que, inclusive, obrigaria as partes à constelação. Afirmam que muitas vítimas acabam aceitando o convívio com agressores imposto pela Justiça ou, até mesmo, desistindo dos processos.
O debate persiste, e neste post, que faz parte da “série” Mito ou Verdade? A Constelação Familiar É Mesmo Uma Farsa ou Pode te Ajudar?, te convido a explorar mais um tópico deste tema. O primeiro, introdutório e com os links para os demais, você confere aqui.
Embora tenha ocorrido um caso em Brasília, em que uma juíza intimou a parte a participar da constelação, esse foi um evento isolado, que não representa a maneira respeitosa com que a quase totalidade dos juízes, operadores do Direito e facilitadores abordam a constelação e as partes do processo. A constelação jamais é forçada, e as partes têm total liberdade de escolher se desejam ou não participar. Inclusive, de abandonarem-na, caso já tenham iniciado sua execução.
Os resultados no âmbito do Judiciário, como o aumento de acordos e a redução de reincidências nos processos, indicam que a constelação pode ser uma ferramenta eficaz na resolução de conflitos. Ela se encontra em consonância com o novo Código de Processo Civil e a Resolução n. 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, que incentivam práticas de autocomposição.
Economia para o judiciário: consteladores são voluntários e acordos reduzem número de sentenças
Além disso, a aplicação da constelação no judiciário não gera custos públicos significativos, pois os consteladores oferecem seus serviços de forma voluntária. Ao contrário, reduz despesas e gera uma economia para o Estado, pois evita audiências desnecessárias, processos que se tornam demasiadamente longos e também reduz a carga de trabalho de juízes, servidores, advogados e Ministério Público.
Tais fatos corroboram para eficácia da constelação não somente em termos de custo-benefício, mas, principalmente, como estratégia efetiva na gestão de conflitos em várias esferas da sociedade. Sua aplicação está pautada em princípios éticos e na busca pela justiça, evidenciando o comprometimento com os valores fundamentais da técnica.
Constelação familiar no Judiciário: Falsas acusações de que ela objetivaria arquivar processos ou desistência da parte
Essa postura nega, portanto, a afirmação de que haveria uma “indústria” obscurecendo interesses escusos. As acusações são de que a constelação não passa de uma “lorota” cuja preocupação menor seria com a saúde mental de quem se submete a ela. E pior: de que ao promover a reconciliação forçada entre vítimas e agressores, o real interesse do Estado seria fazer com que o processo seja arquivado, sem mesmo a sentença, o que impossibilitaria o recurso das partes.
Não existe benefício “oculto” por trás da aplicação das constelações. Os profissionais que a integram no ambiente jurídico sempre destacam o real propósito de proporcionar soluções mais humanizadas e efetivas, alinhadas aos princípios legais e aos direitos fundamentais. Há que se destacar, ainda, integridade e responsabilidade que permeiam a aplicação da constelação, e enfatizar sua contribuição positiva para a resolução de conflitos, a promoção da justiça e o bem-estar das partes envolvidas.
A verdadeira importância de algo pode estar no encantamento que ele gera em nós
No complexo universo das experiências humanas, medir o valor de uma prática como a constelação vai além de métricas objetivas. A frase de Manuel de Barros, citada pelo senador Eduardo Girão na audiência pública, ressoa ao enfatizar que a verdadeira importância de algo está no encantamento que ele gera em nós. É nesse encantamento, nas transformações profundas que tantos têm testemunhado, que se pode encontrar a força da constelação.
Ao avaliar se ela é uma farsa, convido você, leitor, a considerar não apenas argumentos teóricos, mas os testemunhos daqueles que vivenciaram mudanças significativas. A prática é, sem dúvida, complexa e provoca questionamentos, mas os resultados, as histórias de superação, a reconciliação familiar e a resolução pacífica de conflitos falam por si mesmos.
Longe de ser uma farsa, a constelação se debruça para compreender e transformar aspectos de nossa vida
Não podemos ignorar essas críticas, pois são fundamentais para o debate saudável, mas é importante ponderar sobre o vasto espectro de experiências positivas. A constelação, longe de ser uma farsa, tem se mostrado um caminho para muitos que buscam compreender, curar e transformar certos aspectos de suas vidas.
A conclusão sobre a autenticidade da constelação não está apenas na análise lógica, mas na experiência e no impacto que ela tem na vida daqueles que a vivenciam: os milhares de constelados ao longo do mundo; os milhares de operadores dessa prática e filosofia de vida e os milhares de beneficiados – direta ou indiretamente por aqueles que tiveram contato com ela. Em última análise, cabe a cada indivíduo explorar, refletir e, se sentir inclinado, experimentar. O encantamento, afinal, é muitas vezes a métrica mais significativa da verdadeira importância.
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