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Criança Ferida: ” – Quando Você Vai Me Abraçar?”

A terapia de constelação familiar nos leva a explorar partes de nós mesmos que foram feridas durante a infância. Essa criança ferida, muitas vezes esquecida, mantém cicatrizes emocionais que moldam nossa visão de mundo e influenciam nossos relacionamentos. Na constelação, acessamos essa criança interna ferida, já que ela desempenha um papel importante no nosso autoconhecimento e na busca pela transformação.

Entendendo a Criança Ferida:

A criança ferida representa as experiências dolorosas, traumáticas ou não resolvidas da nossa infância. Essas vivências negativas podem variar de negligência e abuso a situações mais sutis, como falta de apoio emocional. As feridas dessa criança moldam crenças, padrões de comportamento e a maneira como nos relacionamos com o mundo e, consequentemente, com as pessoas.

Manifestações da Criança Ferida:

As feridas da infância podem se manifestar de várias maneiras na vida adulta. Pode ser evidente em padrões de relacionamentos tóxicos, autoestima negativa, medos irracionais ou mesmo evitar situações específicas. Muitas vezes, não estamos conscientes de como essa criança ferida influencia nossas escolhas e emoções.

A Abordagem na Constelação Familiar:

  1. Identificação e Reconhecimento:

Na constelação familiar, o primeiro passo é posicionar a criança ferida dentre os outros elementos do sistema do cliente. Ele é convidado a refletir sobre sua infância, destacando eventos significativos e emoções associadas, bem como o papel que seus pais (ou quem exerceu a função materna e matéria) tiveram sobre ele. Essa reflexão visa reconhecer a fonte de padrões disfuncionais.

  1. Exploração das Dinâmicas Familiares:

Muitas vezes, as feridas da infância estão ligadas a dinâmicas familiares específicas. A constelação familiar explora essas dinâmicas, revelando como o sistema familiar influenciou na formação delas, o que proporciona insights valiosos sobre o contexto de suas experiências passadas e como elas reverberam no cliente adulto.

  1. Ressignificação:

Ao trazer à tona a criança ferida, a constelação oferece uma oportunidade de ressignificação. Esta pode envolver desde a expressão de emoções e sentimentos reprimidos, principalmente pelas falas sistêmicas, à visualização de uma resolução simbólica. Essa “solução” se opera frente à reconciliação com os entes envolvidos numa percepção adulta e consciente do cliente em face àquilo que lhe faltou ou foi traumático.

  1. Integração e Transformação:

O objetivo final é integrar a criança ferida de volta ao “eu” adulto de maneira saudável. Esse processo de integração não apaga as experiências passadas, mas permite que a pessoa as veja a partir de uma perspectiva mais compassiva e – novamente – com uma visão adulta (e não infantil).

Benefícios da Abordagem na Constelação Familiar:

  1. Libertação de Padrões Limitantes:

Ao compreender e abordar a criança ferida, é possível romper com padrões destrutivos que persistem na vida adulta. Isso pode levar a escolhas mais conscientes e saudáveis nos relacionamentos e em outras áreas da vida, como a profissional.

  1. Alívio de Cargas Emocionais:

Expressar emoções reprimidas oferece um alívio emocional significativo, que permite ao cliente libertar-se de fardos emocionais que podem ter sido carregados por anos. Nesse contexto, trabalha-se também com a fórmula da realidade, em que eventos são ressignificados ao se observar e refazer a interpretação que o cliente deu aos mesmos.

  1. Transformação

A constelação familiar busca oferecer meios ao cliente de operar transformações em sua vida. Ao lidar com a criança ferida, essa terapia individual pode criar mudanças na forma como a pessoa se relaciona consigo mesma, com os outros e com a vida (os mundos inter e intrapessoal). Esse processo fortalece o “eu” interior, proporcionando um sentimento renovado de autoestima, resiliência e autorresponsabilidade.

criança ferida
Fonte: Rocketman (Netflix)

Rocketman: o impacto das experiências da infância

O percurso de Elton John no musical Rocketman é um exemplo para a abordagem da criança interna ferida. A história ilustra como sua criança interior, marcada por sentimentos de rejeição e abandono, influenciou drasticamente sua vida adulta.

Ao reconhecer o impacto das experiências traumáticas da infância, Elton John transformou seu relacionamento consigo mesmo, proporcionando um exemplo de como abraçar a criança ferida (ou seja, integrar o adulto à essa criança) pode ser a chave para superar ciclos autodestrutivos e encontrar sobriedade emocional.

O musical oferece uma visão concreta de como, ao confrontar e acolher nossa própria criança ferida, podemos redirecionar o curso de nossas vidas, assumindo a responsabilidade por suprir as faltas do passado com amor e determinação.

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